O rebanho de corte em Goiás e, por extensão, em todo o Centro-Oeste , na sua maioria formado por raças de origem indiana, alcançou um patamar genético bem superior ao de sua pátria de origem. Nada disso é por acaso. Decorre de muito trabalho feito com garra e determinação pelos mais nobres companheiros que foram buscar o que havia de melhor na época para as nossas condições.
Os pioneiros do zebu no Brasil sabiam perfeitamente o que estavam fazendo. Na substituição de animais com baixos índices de produção de carne e leite, o gado oriundo dos primórdios da colonização, necessitava de uma maior rentabilidade. Perceberam que careciam de raças mais produtivas e resistentes às doenças e às intempéries. Desta forma, foram introduzidos no Brasil o Gir, Guzerá, Nelore, o Tabapuã, o Brama e outras mais. Graças aos zebuínos oriundos das criações dos pioneiros de São Paulo e Minas Gerais, os pioneiros goianos formaram plantéis de altíssima qualidade.Muitos touros e matrizes, reconhecidos no meio, serviram de base para a formação desse novo plantel.
O coroamento dessa melhoria genética se traduz nas exportações de animais de Goiás para formação dos rebanhos mato-grossenses e dos Estados da região Norte do nosso País.
Noutra etapa do fomento da pecuária de corte, partiram para a melhoria das raças, buscando melhorar os índices de precocidade, tanto em fertilidade como em produtividade de carne e leite, o que foi conseguido rapidamente com a troca de material genético entre zebuzeiros de todo o Brasil. Teve aí papel fundamental a ABCZ, que conduziu esse processo com extrema competência.
A adoção do sistema de embriões e dos cruzamentos contribuiu fortemente para alavancar a qualidade e a quantidade do material genético do rebanho brasileiro.
É gratificante para o selecionador ver o fruto de sacrificantes anos de trabalho na condição de campeão ou campeã numa mostra, sobretudo quando se trata de autênticos pódios “rankados” nacionalmente.
Estes ambientes de ressonância encontram-se hoje espalhados por todo o Brasil, sendo Goiás, através da SGPA e seus núcleos de criadores, um dos mais importantes.
O Estado de Goiás tem, atualmente, o maior rebanho terminado em regime de confinamento do Brasil, ferramenta de manejo que assegura e abrevia esta etapa da produção.
Com o uso de pouco espaço e liberando maior número de pastagem par as etapas de cria e recria dos animais e em consequência reduzem o peso dos custos da terra, muito onerados hoje em dia, com a pesada tributação e os conceitos sobre seu uso para fins de reforma agrária ou de preservação ambiental.
O chamado boi verde,que se alimenta de capim, no entanto, tem consumo garantido e assegura uma melhor relação custo benefício se praticado em regiões onde o valor da terra e o índice pluviométrico seja favorável.
O rebanho bovino goiano que era de 6 milhões de cabeças em 1956 saltou para 22 milhões hoje. O peso da pecuária de Goiás atraiu novos investimentos e os grandes frigoríficos se instalam em diferentes cidades.
As exigências mercadológicas exigiram ao longo dos anos a crescente modernização da atividade, sua organização e uma estrutura de comercialização que ofereça rentabilidade uma carne de altíssima qualidade, o que a iniciativa privada, através dos produtores quanto às indústrias se adequaram. O atravessador vai gradual e rapidamente se transformando numa figura do passado. Quanto à iniciativa pública, deixa muito a desejar, pois é morosa e burocrática, não conseguindo acompanhar as necessidades do setor.
Hoje, à frente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA) temos o orgulho de dizer que somos produtores de alimentos e construímos parte dessa história. E nossos ascendentes darão continuidade.
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